quinta-feira, 29 de outubro de 2009

ESPELHO


Vertendo por todos lados, fazendo catarses e vencendo a luta entre o amor por um lado e o ódio pelo outro... seremos, todos, dupla face? como alguns se perdem em sua essência? como outros se creem poderosos? quero essa capacidade magnífica de esquecer, ser como todos os meus amigos, deixar em branco a saudade. Será que eu tenho saudades dela ou de mim? afinal, ela talvez me fizesse outra mais amena... Enfim, espero que eu logo compartilhe a alegria que me rodeia, que encontre o meu caminho... e se sylvia plath me deixa, entro até o osso em seu sentimento...

...
Sou prata e exato. Eu não prejulgo.
O que vejo engulo de imediato
Tal qual é, sem me embaçar de amor ou desgosto.
Não sou cruel, tão somente veraz —
O olho de um deusinho, de quatro cantos.
O tempo todo reflito sobre a parede em frente.
É rosa, com manchas. Fitei-a tanto
Que a sinto parte de meu coração. Mas vacila.
Faces e escunridão insistem em nos separar.

Agora sou um lago. Uma mulher se inclina para mim,
Buscando em domínios meus o que realmente é.
Mas logo se volta para aqueles farsantes, o lustre e a lua.
Vejo suas costas e as reflito fielmente.
Ela me paga em choro e agitação de mãos.
Sou importante para ela. Ela vai e vem.
A cada manhã sua face reveza com a escuridão.
Em mim afogou uma menina, e em mim uma velha
Salta sobre ela dia após dia como um peixe horrendo.

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